Voluntário dá detalhes perturbadores sobre o que foi feito com corpos encontrados em meio a enchente no RS

O estado do Rio Grande do Sul foi devastado por causa da maior catástrofe climática da sua história. Nesta terça-feira (7), os números de vítimas foram atualizados, até o momento estão confirmadas 90 vítimas fatais e pelo menos 134 pessoas estão desaparecidas.

Um colaborador que participou do resgate de aproximadamente 500 indivíduos durante as enchentes que assolam localidades do Rio Grande do Sul relatou ter testemunhado corpo sendo amarrados em postes para evitar que fossem arrastados pela correnteza e que se perdessem.

Identificado como Isaías, ele descreveu ter testemunhado situações que considerou além do imaginável. Em uma entrevista concedida ao programa Encontro da TV Globo, nesta terça-feira (7), ele compartilhou que os residentes estavam amarrando os corpos das vítimas em postes, planejando recuperá-los posteriormente, quando a condição do local se estabilizasse.

“Eu vi cenas que eu falar, palavras, não vou conseguir falar. É muito triste, tipo, eles amarravam os corpos para depois buscar, porque a correnteza poderia levar [os corpos], pessoas que já estavam mortas, amarravam os [cadáveres] em postes para depois buscar porque eram muitas pessoas mortas”, revelou o voluntário.

O colaborador, residente na cidade de Esteio, localizada na Região Metropolitana de Porto Alegre, mencionou ter contribuído no resgate de pelo menos 500 indivíduos e 200 cães. Além disso, relatou que começou a prestar auxílio aos seus concidadãos na madrugada de quinta-feira (2), quando resgatou uma idosa de 95 anos que havia sido deixada para trás pelo filho.

Vale ressaltar que Isaias também é um dos afetados diretos pelas enchentes que assolam várias regiões do Rio Grande do Sul, ele perdeu sua casa e todos os seus bens. Isaias e a família estão em um abrigo da região.

As chuvas no estado impactaram mais de 850 mil indivíduos. De acordo com o relatório da Defesa Civil Estadual, há 132 pessoas desaparecidas e 361 feridas. Pelo menos 155.741 pessoas ficaram desalojadas.