O médico Márcio Antônio Souza Júnior, conhecido como Doutor Marcim, foi indicado pelas autoridades públicas pelo crime de racismo depois da divulgação de um vídeo no qual acorrenta um trabalhador negro pelas mãos, pés e braços. O caso foi registrado no município de Cidade de Goiás, em uma fazenda.
Nas imagens, é possível ouvir o médico ironizando a situação, fazendo um elo com a escravidão, um dos momentos mais cruéis e vergonhosos da história do Brasil. “Aí, ó, falei para ele estudar, mas ele não quer. Então, vai ficar na minha senzala”, afirma o profissional de medicina.
Depois do vazamento da gravação, um inquérito policial foi instaurado na delegacia local e remetido ao Grupo Especializado no Atendimento às Vítimas de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Geacri) a fim de que as investigações possam servir de base para um vindouro processo judicial criminal. O delegado Joaquim Adorno, responsável pela investigação, diz que o acusado agiu em forma de “racismo recreativo”, respondendo em liberdade e não havendo possibilidade de prisão neste momento.
https://www.youtube.com/watch?v=U7nA-hBEGls&feature=emb_title
À época do crime, Doutor Marcim chegou a gravar um vídeo publicado nas redes sociais pedindo perdão pelo que chamou de “brincadeira”. Segundo ele, não houve intenção de fazer qualquer tipo de apologia à escravidão, tampouco magoar alguma pessoa. Além disso, classificou as cenas como uma “peça fictícia”, realizada na companhia de um amigo, tratando-se de encenação teatral. Caso condenado, poderá pegar de dois a cinco anos de prisão.