Um idoso admitiu ser o autor do bilhete ameaçador direcionado ao padre Júlio Lancellotti: ‘Seu dia de reinado vai acabar’

O padre postou uma imagem do bilhete ameaçador em suas redes sociais.

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Neste domingo (27), um senhor de 72 anos admitiu ser o autor de um bilhete com ofensas e ameaças dirigidas ao padre Júlio Lancellotti, conforme informou a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP).

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Ao ser questionado, o idoso revelou que já conhecia o padre e afirmou que “não pretendia fazer, efetivamente, mal” a ele, conforme a declaração oficial da secretaria. A situação foi catalogada como um ato de injúria e ameaça.

De acordo com a SSP, orientou-se o padre sobre o prazo de seis meses caso ele quisesse tomar medidas legais contra o idoso. Anteriormente, ao conversar com a CNN, Lancellotti mencionou que tinha intenção de registrar o caso formalmente. Além disso, comentou que este tipo de ameaça não era algo novo para ele.

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O padre compartilhou uma imagem do bilhete ameaçador em suas redes sociais. O tal bilhete foi encontrado na entrada da paróquia São Miguel Arcanjo, localizada em São Paulo, onde Lancellotti realiza seu trabalho pastoral.

Na carta, feita manualmente, o autor criticava o padre, afirmando que ele era um “defensor dos direitos dos bandidos, petista vagabundo”. O conteúdo ainda incluía uma ameaça, insinuando que o padre veria o fim de seus dias.

O padre Lancellotti, que tem uma base sólida de 1,5 milhão de seguidores no Instagram, é bastante conhecido por seu trabalho dedicado aos moradores de rua, sobretudo no contexto da pandemia da Covid-19.

Lancellotti não só é ativo na paróquia São Miguel Arcanjo, mas também na Pastoral do Povo de Rua. Esta entidade atua diretamente no combate a estruturas que tornam difícil a vida dos sem-teto em locais como viadutos ou praças.

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Recentemente, em agosto, o padre ganhou destaque quando o Supremo Tribunal Federal, através do ministro Alexandre de Moraes, aprovou uma medida que protege os moradores de rua, impedindo que sejam removidos à força e que seus pertences sejam tomados. Essa era uma batalha que o padre vinha enfrentando há muito tempo.

No mesmo mês, Lancellotti também teve desentendimentos com Tarcísio de Freitas, político do partido Republicanos, que sugeriu que moradores de rua fossem colocados em escolas rurais. Esta proposta, depois de uma grande rejeição pública, foi abandonada pelo governador de São Paulo.

Para coroar seu trabalho, no fim de 2022, uma lei levando o nome de Lei Padre Júlio Lancellotti foi promulgada. Essa legislação combate a chamada “arquitetura hostil”, que visa excluir pessoas de certos espaços públicos.

Paula Vasconcelos

Colunista de notícias dedicada a escrever sobre os todos os assuntos. Sou apaixonada pelo mundo da literatura.