Durante 24 horas por dia, os profissionais da saúde em todo o Brasil enfrentam caos em seus postos de trabalho. Falta de leito, superlotação, falta de respiradores, falta de oxigênio… O cenário da pandemia nos hospitais é desesperador.
No entanto, algo pode agravar ainda mais todo esse cenário. A técnica de enfermagem Marivânia viveu algo que ninguém quer viver. Ela acolheu o próprio irmão e a própria mãe no hospital onde atua. Coube a ela participar no processo de intubação de ambos.
Alcindo Gatti, irmão da profissional, foi o primeiro a contrair a doença. Ele evoluiu para um quadro grave e precisou ser intubado. Durante todo o tempo, Marivânia esteve ao lado do irmão, mostrando áudios da mãe, até que o pior aconteceu.
Alcindo estava há cerca de um mês internado quando Helena Benedik Gatti, de 74 anos, também contraiu a doença. Sem vaga na UTI, dona Helena foi intubada em uma sala improvisada e esperou 3 dias. Ela, infelizmente, não resistiu.
“O sentimento que eu tenho, assim, é de desespero, de perda, de impotência, angústia”, afirma Marivânia. A técnica de enfermagem relata a dor sentida. Marivânia ainda conseguiu falar com a mãe antes de dona Helena ser intubada e contou para os colegas de trabalho.
A família é de Chapecó, em Santa Catarina. Dona Helena faleceu antes mesmo de ser transferida para uma UTI. O estado enfrenta filas de espera e falta de leitos para pacientes da covid.