A história de Khatera tem circulado o mundo e chamado a atenção para as condições de vida enfrentadas por mulheres no Afeganistão. A jovem, de 33 anos, havia conseguido um emprego em uma delegacia e isso acabou custando seus dois olhos.
Investigações da polícia local apontam que o ato foi cometido pelo Talibã, uma milícia radical, mas o grupo nega e alega que o ataque foi promovido pelo próprio pai da jovem, que não teria gostado da notícia de que Khatera conseguiu um emprego fora.
A jovem estava na busca da realização do sonho de ser independente financeiramente da família e trabalhava como policial há poucos meses quando foi atacada. Ela não tem dúvidas de que o ataque foi executado por membros do Talibã.
Organizações de defesa e monitoramento de Direitos Humanos denunciam que a região vem sofrendo uma alta no número de ataques contra mulheres, especialmente por tentarem trabalhar fora de casa. Cargos públicos são particularmente condenados.
É válido ressaltar que a lei afegã não proíbe o emprego de mulheres, tanto que Khatera era policial há três meses. No entanto, ondas radicais defendem a visão conservadora de que a mulher deve permanecer no lar, cuidando da casa e dos filhos.
As tensões políticas e militares na região são graves e muito complexas, mas mulheres são quem principalmente vem sofrendo com isso. Os ataques, de acordo com órgãos internacionais, tem se tornado mais frequentes e mais violentos.