Uma operação do Ministério do Trabalho terminou com o resgate de nove trabalhadores mantidos em condições análogas a escravidão. A situação foi exposta no Ceará, na cidade de Granja. Os homens dormiam junto a animais, inclusive porcos.
Segundo relatório do MPT, os homens não tinham acesso a condições mínimas de higiene, além da ausência de dormitórios. Para dormir, tinham apenas redes instaladas debaixo de uma árvore, mas dividiam o espaço com porcos, em um ambiente sem higiene ou água encanada.
Os homens trabalhavam diretamente com a extração de palha de carnaúba e não tinham registrados contratos de trabalho e, portanto, não tinham acesso a direitos trabalhistas. A empresa, ou contratante, por trás da situação não teve a identidade revelada.
Também no chão do local onde dormiam, que era dividido com porcos, os homens tinham uma cozinha improvisada. Água potável precisava ser carregada por dois quilômetros, de um tanque improvisado e inadequado.
O MPT extraiu os homens do local e deu garantias de direitos trabalhistas, inclusive com o pagamento de três meses de seguro desemprego. Os homens não tiveram nomes ou idades divulgadas, tampouco detalhes da condição de saúde.
Ações como essa são colocadas em prática pelo MPT rotineiramente, especialmente em áreas rurais mais distantes do olhar público. No entanto, casos recentes mostram que condições análogas a escravidão também são registradas em grandes centros urbanos. Nesse sentido, a fiscalização do MPT é fundamental para garantir direitos trabalhistas.