Alita Porto Reis foi uma mulher vítima do Alzheimer. Gaúcha, ela precisou criar os oito irmãos quando a mãe faleceu. E ao não conseguir engravidar, anos depois, adotou uma menina chamada Ana Lúcia e sustentou a sua família como podia. Porém, aos 70 anos, passou a se esquecer de todas as suas lembranças, sendo diagnosticada com o Alzheimer. Com o passar do tempo, não podia mais realizar suas necessidades sem a ajuda de alguém. E em seus últimos dias de vida, repentinamente, melhorou e passou a se lembrar de tudo.
A neta Samanta contou que a avó voltou a falar com a mãe e que isto serviu de consolo para a mãe que agiu com muito carinho. A avó ainda disse que tudo ficaria bem no dia 31.
De acordo com Frederico Fernandes, médico do hospital da USP (Universidade de São Paulo), todos que trabalham na área conhecem ao menos uma história destas.
Então, por que algumas pessoas melhoram de repente?
Apesar de ainda não existir nada comprovado por dados ou estatísticas, existem hipóteses que buscam explicar o porquê algumas pessoas ‘melhoram’ antes de morrer. Uma destas hipóteses estaria relacionada com reações químicas do corpo, que ao identificar a morte, ativaria um ‘instinto de sobrevivência’.
O médico da USP acredita na hipótese de o corpo emitir uma descarga de hormônios de estresse quando está perto da morte, funcionando como um verdadeiro instinto de preservação.
O fenômeno continua a ser investigado.