A Academia Militar das Agulhas Negras não aceitava mulheres em sua formação até o ano de 2018 e, por isso, é seguro dizer que ninguém esperava que haveria uma major formada pela Academia em pleno 2020. Isso porque a formação dura 5 anos.
No entanto, Renata Gracin fugiu da regra. Mulher trans, ela entrou na Academia em 2004, antes de passar pela transição de gênero. Ela afirma que nunca escondeu sua identidade, mas isso não impediu que se tornasse alvo de exposição nos grupos militares nas redes sociais.
Em suas contas pessoais, Gracin desabafou sobre o dia que “sabia que ia chegar”. A major, que também é ativista dos direitos humanos, denunciou a exposição a qual vem sendo alvo nos grupos militares nas redes sociais.
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Mesmo com a transição de gênero, Renata optou por não dar baixa da corporação e segue constando como efetiva, o que parece ter despertado a fúria de alguns colegas de farda. Gracin, no entanto, destacou que não pretende recuar.
Pelo Facebook, Renata desabafou sobre estar sendo discriminada e lembrou que homofobia e transfobia são crimes equiparados ao racismo, desde determinação do STF. As publicações receberam apoio nas redes sociais, mas também críticas.
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Ainda em suas redes sociais, Gracin fez questão de destacar que não tem nada contra o Exército e não está falando sobre militares, mas contra a discriminação que vem sendo alimentada nesses espaços. Renata encerrou dizendo que “vai ter trans em todos os espaços da sociedade sim”.