Quais são os limites éticos e legais de um anúncio de vaga de emprego? Se em algum momento, a sociedade aceitava qualquer tipo de anuncio, as coisas parecem estar diferentes agora. Uma nova polêmica parece ser prova disso.
Nesta terça-feira, começou a circular nas redes sociais prints e link de um anúncio de vaga de emprego. O contratante buscava uma mulher para trabalhar como governanta em casa residencial, em São Paulo.
No entanto, o que chamou a atenção de internautas foram os detalhes no anúncio, especialmente a exigência de que a candidata estivesse vacinada e, obrigatoriamente, com a vacina da Pfizer. Especialistas explicam que o anúncio é discriminatório.
A vaga foi anunciada no site Trabalha Brasil e trazia como anunciante apenas o nome de “Ana Clara Residências”. O anúncio não fornecia meios de contato com a anunciante, sendo restrito apenas para quem se candidatasse a vaga.
No anúncio, a vaga é descrita em detalhes. Por R$1,6 mil, a “governanta” atuaria como empregada doméstica, babá de duas crianças, cujo as idades não foram informadas, e ainda coordenaria os demais funcionários domésticos da casa.
A vaga ainda determina que a pessoa precisa ter facil acesso ao Cambuí, que é um bairro nobre de São Paulo, que tenha “boa bagagem cultural”, que fosse “cuidadosa, organizada e disciplinada” e, por fim, que tivesse experiência.
Para a advogada trabalhista Thaís Cremasco, consultada pelo G1, o anúncio é discriminatório e cabe processo. Após a repercussão do caso, o Ministério Público do Trabalho (MPT) confirmou ter recebido denúncia.