Uma ação conjunta entre Ministério Público do Trabalho (MPT), Auditoria Fiscal do Trabalho e Polícia Rodoviária Federal (PRF) resultou na libertação de uma idosa de 83 anos. A mulher era mantida em condições análogas à escravidão.
O caso foi descoberto na cidade de Rio Vermelho, interior de Minas Gerais. Além da idosa, outros três trabalhadores também foram resgatados. Segundo apuração das autoridades, a mulher estava no local, sendo forçada a trabalhar, há 60 anos.
O Ministério Público do Trabalho teve acesso ao caso depois de uma denúncia anônima. A investigação teve início ainda no dia 21 de dezembro, mas apenas foi atualizada no portal do governo agora. Uma das pessoas resgatadas é deficiente auditiva.
Nenhum dos trabalhadores tinha Carteira de Trabalho, nenhum tinha acesso a direitos trabalhistas, como: férias, salário, 13º, FGTS, contribuição previdenciária, limitação da jornada de trabalho ou até mesmo EPIs.
No local, as autoridades constataram que as condições de vida também eram inapropriadas. Além da falta de limpeza e estrutura, os trabalhadores não tinham acesso a água potável ou locais adequados para guardar comida.
De acordo com o apurado, a mulher chegou à Fazenda ainda com 12 anos, na companhia da mãe. “Ela jamais foi reconhecida como trabalhadora: nunca recebeu salário, nunca tirou férias, não tinha limitação de jornada, folga semanal ou intervalos“, afirmou o promotor.
Quando foi encontrada, a idosa tinha lesões, inclusive uma ferida na perna. Mesmo com a idade avançada, ela ainda era cobrada por serviços na propriedade.