Estudante trans denuncia ter sido impedida de usar banheiro: ‘disse que não era lugar de homem’

Uma jovem trans, de apenas 17 anos, denunciou ter sido vítima de transfobia em uma escola estadual da cidade de Itapissuma, no Grande Recife. A adolescente afirma que foi impedida de usar o banheiro feminino, sob pretexto discriminatório.

A adolescente não teve a identidade revelada, mas alega ter sido impedida por ordens da instituição. Segundo ela, o uso do banheiro feminino passou a ser negado após mudança na gestão da escola, que foi assumida por um gestor evangélico.

O caso aconteceu na Escola de Referência em Ensino Médio Professora Euridice Cadaval, onde estudantes organizaram um protesto contra os supostos abusos. Além do caso de transfobia, alunos denunciam episódios de assédio sexual e intolerância religiosa.

Os alunos organizaram uma manifestação exigindo que aluna volte a ter acesso ao banheiro feminino, além de exigirem que um professor específico seja alvo de apuração. Outra reivindicação dos alunos é que religiões de matriz africana voltem a integrar os eventos realizados pela unidade, que excluiu as religiões na última edição.

A adolescente afirma ter sido repreendida por um funcionário da escola ao sair do banheiro feminino. Após explicar que era uma mulher trans, ela teria sido encaminhada a sala do gestor da unidade.

“Ele chamou o gestor, que me chamou até a sala dele e disse que o que eu fiz foi muito errado, que eu era homem e estava no banheiro feminino“, relembra.

O protesto dos alunos resultou na abertura de uma apuração sobre a unidade.