Na noite de ontem (19), um homem negro de 40 anos foi agredido até a morte por seguranças de uma loja do Carrefour, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul. O caso gerou polêmica e trouxe à tona outros episódios violentos envolvendo o mercado.
Morte coberta por guarda-chuvas:
Em agosto deste ano, em uma loja da empresa em Recife, um colaborador morreu após um ataque fulminante dentro do estabelecimento. Funcionários cobriram o corpo com guarda-chuvas e a loja continuou funcionando normalmente.
O corpo de Moisés Santos permaneceu na loja por cerca de 4 horas, enquanto o mercado funcionava normalmente, até finalmente ser retirado pelo IML. Na época, o Carrefour emitiu nota admitindo o erro na forma como lidou com a situação.
Controle no uso dos banheiros:
No ano passado, a empresa foi alvo de liminar concedida pela Justiça do Trabalho de São Paulo depois de uma denúncia feita pelo Sindicato dos Comerciários de Osasco e Região. Na denúncia, o Sindicato alegava que funcionários eram obrigados a avisar quando precisavam ir ao banheiro.
Além de terem as idas ao banheiro controladas, era preciso registrar seu nome em um sistema de fila eletrônica. Para a Justiça, a situação era degradante aos funcionários e potencialmente perigosa a saúde.
Cachorro agredido e envenenado:
Em 2018, a empresa foi novamente alvo de críticas após um funcionário agredir um cachorro que circulava pelo estacionamento da loja, em Osasco. Câmeras flagraram as agressões, que teriam acontecido depois do cão ser envenenado.
Episódio de racismo:
Luís Carlos Gomes, que é negro e deficiente físico, foi agredido em um banheiro do Carrefour em São Bernardo do Campo, depois de abrir uma lata de cerveja dentro da loja. Ele afirmou que pagaria pelo item, e ainda assim foi agredido.
A agressão foi executada por funcionários do local. Gomes precisou passar por cirurgia e, como consequência, acabou ficando com uma das pernas menor do que a outra.
Demissão como vingança:
Em 2017, um grupo de funcionários da loja acusou a empresa de demissão por retaliação. De acordo com o que alegaram os funcionários, a empresa demitiu empregados que reivindicavam o pagamento dos feriados trabalhados.
O trabalhador que atua em feriados deve receber a diária dobrada, mas os funcionários alegaram ter recebido menos que isso e cobravam seus direitos, quando uma lista de demissões foi divulgada.
Outro caso de racismo
Em 2009, o técnico de eletrônica negro Januário Alves de Santana foi confundido com um bandido enquanto tentava entrar em seu próprio carro, um Ecosport. Seguranças do Carrefour, em Osasco, agrediram o homem de 39 anos na época.