Canadá descobre túmulos de centenas de crianças e país vive crise: genocídio cultural leva a pronunciamento oficial

O Canadá esta no centro de uma grande polêmica desde que túmulos indígenas foram encontrados. Mais de 182 túmulos foram descobertos em internatos destinados aos povos indígenas, em algumas regiões do país.

As descobertas levaram a uma onda de protestos e revoltas. Pelo menos 8 igrejas do país sofreram algum tipo de ataque nos últimos dias. O motivo é histórico: a população tem se revoltado com o que a Igreja Católica fez contra os povos nativos do país.

Por anos, a Igreja operou internatos em nome do Governo Federal. Nessas instituições, diversas crianças indígenas foram submetidas. Até os anos 1990, especialistas acreditam que cerca de 150 mil crianças foram forçadamente matriculadas nessas instituições.

Crianças mestiças, indígenas e inuítes eram a maioria da população nesses internatos. Por anos, os povos tradicionais dessas regiões reivindicou investigações sobre o paradeiro dessas crianças, já que muitas desapareceram. Agora, túmulos e covas rasas começaram a ser descobertos.

Uma comissão de investigação chegou a concluir que o Canadá cometeu genocídio cultural contra esses povos, matando aproximadamente 4 mil crianças. Outras denuncias apontam que as crianças, espalhadas em 139 instituições, eram comumente agredidas fisica, moral e sexualmente, além de serem afastadas de sua cultura original

As tensões no país começaram em maio, quando 215 corpos foram encontrados onde funcionava a Escola Residencial Indígena de Marieval, em Saskatchewan. Agora, novas escavações tem revelados ainda mais túmulos e corpos de crianças com idade aparentemente até 15 anos.

O Primeiro Ministro do País, Justin Trudeau se manifestou sobre as descobertas e, embora tenha condenado os incêndios, também afirmou que as descobertas “assustadoras” são um convite “a refletir sobre as injustiças históricas e contínuas que os povos indígenas enfrentaram”.