O presidente Jair Bolsonaro voltou a se envolver em nova polêmica, dessa vez por defender a liberação do trabalho infantil. Bolsonaro ainda se referiu ao período em que a prática era liberada como “bons tempos” e lamentou a mudança.
Desde 1990, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) proíbe o trabalho infantil. Alguns casos são liberados, como por exemplo na condição de aprendiz a partir dos 14 anos. A lei opera em conjunto com outra série de medidas que procura erradicar o trabalho infantil.
A declaração de Jair Bolsonaro foi dada durante a Abrasel, em Brasília, e o presidente ainda se lembrou do seu primeiro trabalho. Bolsonaro afirmou ter trabalhado em um bar, aos 10 anos, por intermédio do pai.
O presidente afirmou que chegava ao estabelecimento depois da escola e ficava até cerca de 18h/19h, quando começava a chegar o “pessoal da birita”. Em tom crítico ao ECA, Bolsonaro afirmou que hoje “o menor pode fazer de tudo, menos trabalhar”.
As declarações sofreram críticas e especialistas do assunto apontam que as afirmações possuem inverdades. Um dos principais argumentos, o trabalho infantil não foi erradicado e, por isso, ainda se vê crianças e adolescentes trabalhando as margens da lei.
Outra declaração polêmica de Bolsonaro é a de que crianças e adolescentes podem “cheirar um paralelepípedo de crack, sem problema nenhum”, mas que não podem trabalhar. Novamente, especialistas apontam falhas nessa afirmação. O discurso foi dado a empresários do setor de bares e restaurantes ao som de aplausos.