Um grave acidente de trânsito é capaz de deixar marcas que vão muito além dos ferimentos físicos, trazendo um impacto psicológico intenso, especialmente quando há vítimas fatais. Esse é o caso de Udinésia Vidal, uma sobrevivente do acidente com um ônibus na BR-153, em Gurupi, Tocantins.
Além de sofrer lesões no rosto, ela enfrenta o trauma de ter perdido sua melhor amiga e uma criança no desastre, ambas passageiras do ônibus. O acidente ocorreu durante a madrugada, quando o ônibus com 55 passageiros perdeu o controle e tombou, deixando quatro mortos e 40 feridos.
Udinésia tentou, em meio ao pânico, salvar sua amiga, mas não conseguiu. “Chamei, tentei conversar, mas ela não respondia“, relatou a enfermeira em estado de choque.
Com medo de retornar para casa, especialmente de ônibus, Udinésia agora aguarda a chegada de sua filha para acompanhá-la no difícil processo de recuperação.
As equipes de resgate encontraram um cenário caótico. De acordo com o tenente-coronel Carlos Roberto de Almeida, a falta do uso de cintos de segurança contribuiu para o número de feridos, com passageiros espalhados e até arremessados para fora do veículo.
A situação exigiu um esforço de emergência de várias unidades de socorro, incluindo Bombeiros, Samu e a concessionária Ecovias do Araguaia, que administra o trecho da rodovia.
O motorista, que sobreviveu, explicou que uma manobra defensiva foi necessária para evitar uma colisão com um veículo em sentido contrário, mas a ação acabou causando o tombamento.
O trauma vivido pelos sobreviventes evidencia o perigo nas estradas e reforça a importância da segurança, não apenas nas condições dos veículos, mas também no uso do cinto de segurança pelos passageiros.