André Lima de Sousa tinha 16 anos quando descobriu que estava esperando seu primeiro filho. Na época, André ainda era visto socialmente como menina, porque ainda não havia passado pela transição de gênero, e continuou a gravidez.
Marcos Ianderson de Sousa hoje tem 8 anos de idade e acompanhou todo o processo da “mãe”, como ainda chama André. O pai garante que não se incomoda, porque o filho “nunca teve essa figura [paterna]”, explica. Ainda assim, ele destaca a parceria do filho.
Há dois anos, André deu início ao tratamento hormonal de adequação de gênero e conta que levou Marcos, para que a criança pudesse entender o que realmente era tudo aquilo. Ele afirma que não pressiona o filho que o entenda, mas até hoje só recebeu amor da criança.
André é casado com Roberta Melo, que já tem outras duas filhas de outro relacionamento. As crianças vivem com o pai biológico e enxergam André na figura de padastro, embora André destaque a amizade que possui com as duas. O pai das crianças também é um aliado.
“Ele é muito cabeça aberta, é uma ótima relação”, garante. Como homem trans, no entanto, ele teme pela segurança da família e de si próprio. André já sofreu violência antes por ser LGBT e teme que esse tipo de situação atinja seu filho.
“Pai é dar amor, carinho, atenção”, avalia André. Ele afirma que sempre foi “mãe solo” para o filho Marcos e, por isso, já está habituado a assumir papel de pai e de mãe na criação do pequeno.