O Brasil se despediu de um dos ícones do jornalismo nesta quinta-feira (3), com o falecimento de Cid Moreira, aos 97 anos. O jornalista estava internado em uma unidade hospitalar, em Petrópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro, e vinha lutando contra uma pneumonia, além de enfrentar problemas crônicos no rim.
A morte de Cid marca o fim de uma era para o jornalismo brasileiro, onde ele deixou um legado inestimável após décadas de dedicação à profissão. Apesar do reconhecimento profissional e da admiração do público, os últimos anos de vida de Cid Moreira foram marcados por disputas familiares e conflitos judiciais.
Ele tinha dois filhos, Rodrigo Moreira e Roger Felipe Moreira, com quem manteve uma relação conturbada. Roger, que é sobrinho de uma ex-mulher de Cid e foi adotado após passar uma temporada na casa do apresentador, foi deserdado pelo jornalista.
O motivo da desavença nunca ficou totalmente esclarecido, mas a situação se agravou nos últimos anos. Rodrigo e Roger Moreira chegaram a recorrer à Justiça para investigar a esposa de Cid, Fátima Sampaio, com quem ele foi casado por 25 anos.
Os filhos alegaram que Fátima estaria dilapidando o patrimônio do jornalista de maneira “ilegal e abusiva”, supostamente se aproveitando do estado de saúde fragilizado e da idade avançada do pai.
Os dois acusaram a madrasta de manipular Cid, que sofria de senilidade e outros problemas de saúde, para se apropriar dos bens da família. Essas questões legais acabaram por afastar ainda mais o jornalista de seus filhos biológicos e adotivos, tornando o final de sua vida permeado por disputas familiares e tensões.
Mesmo com a batalha judicial, Cid permaneceu ao lado de Fátima até seus últimos momentos. A morte do apresentador reabre o debate sobre a preservação do legado pessoal e profissional de figuras públicas e as disputas que muitas vezes surgem em torno de seus patrimônios e decisões familiares.
A carreira de Cid Moreira, no entanto, transcende as polêmicas de seus últimos anos. Ele se consolidou como um dos maiores nomes da televisão brasileira, com passagens históricas pelo Jornal Nacional e pela narração de textos bíblicos que conquistaram gerações de espectadores. Seu tom de voz marcante e presença inconfundível serão lembrados como símbolos de credibilidade e profissionalismo no jornalismo nacional.